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NASCIMENTO DE RONDÔNIA
9 de  janeiro de 2017 | Autor : 12 | Fonte : 12
 

Esron Menezes, escritor, historiador, jornalista, membro da Academia de Letras de Rondônia (falecido)


O Estado de Rondônia pode se dizer nasceu com a consecução de dois fatores: o estendimento da linha do telégrafo aéreo, pelo ínclito Marechal Cândido Rondon, em 1906, e a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré pela empreiteira americana May, Jekill and Randolph, em 1907.

Como as terras que constituem o Estado são fruto do desmembramento de áreas dos Estados do Amazonas e de Mato Grosso, unindo os dois municípios mais antigos, sofreram união xifópaga de Santo Antônio do Rio Madeira, que teve sua origem nas missões jesuíticas do século XVII, e Porto Velho, com o tratado de Petrópolis, celebrado em 1903, entre o Brasil, representado pelo Barão do Rio Branco, e a Bolívia, representada pelo Ministro Fernando E Guachala.

A II Grande Guerra, com a necessidade do produto elástico para suprir o armamento motorizado que ocasionou o encontro dos Presidentes Franklin Delano Roosevelt e Getúlio Vargas, em Natal, fez com que Getúlio, por curiosidade, viesse a Porto Velho, em outubro de 1940, para observar "de vista" o desenrolar da Batalha da Borracha na Região Norte, onde essa batalha se desenvolvia com mais intensidade e onde também estavam acantonados os maiores contingentes de nordestinos, os destemidos soldados da. borracha em operação.

Dessa observação do Presidente do Brasil, nasceu a criação do Território Federal do Guaporé, que absorveu a maior parte dos seringueiros ao fim da Guerra. Outros Territórios foram criados: Rio Branco, hoje Roraima, no Amazonas; Amapá, no Pará; Ponta Porã, no Mato Grosso, e Iguaçu, no Paraná e Santa Catarina (os Territórios Federais, Marisejo de Alencar Benevides).

Verificando-se a pouca expressão que representava o nome Guaporé, rio que nasce na Serra dos Parecis e na sua caminhada forma o Mamoré e o Madeira, o Congresso, para dar um cunho mais realístico, e aproveitando a denominação da magistral obra de Roquette Pinto, com a Lei nº 2.731, de 17 de fevereiro de 1936, o Presidente Juscelino Kubistcheck, mudou o nome de Guaporé para Rondônia.

Quando foi criado o Território do Guaporé, a sua população não ia além de 26.000 habitantes, constituída de nordestinos (seringueiros e proprietários de seringais, paraenses e nativos).

A economia da Região estava assentada na borracha, principalmente, e em outros produtos elásticos; castanha (brasilian outs); ervas medicinais e peles silvestres.

Descoberta a incidência de veios diamantíferos no rio Machado, afluente da margem direita do Rio Madeira, causou um panorama diferente na economia e transtorno na sociedade com a repentina mudança nos costumes da população aumentada, era mais de 400%, em um ano.

Depois foi descoberto um veio de cassiterita na mesma região percorrida pelo rio Machado, entre os paralelos 8 e 10, que, como o diamante, com outro tipo de pessoas e de trabalho, deu nova revolução na vida do Território de Rondônia, já com a sua população aumentada para pouco acima de 800.000 habitantes diversificada entre brasileiros de todos os quadrantes, muitos latino-americanos, raros africanos e asiáticos, que deu um novo matiz à economia, nos costumes e até nos lazeres.

Todas essas mudanças fizeram expandir os centros povoados em 52 municípios e conseqüentemente foi criado o Estado de Rondônia, com a Lei Complementar 41/81, já com uma população de mais de 1.500.000, e uma mudança radical nos costumes. Essa população tão heterogênica ocasionada pela condição anterior de provincianismo transformou-se com todas as suas mazelas e benesses os citadinos, com uma economia em grande parte dependente de afago federal, uma população dependente de identidade própria, um transito infernal, segurança pública desarrumada, como também a saúde e educação.

 
Esron Penha de Menezes
Professor, jornalista, membro fundador da Academia de Letras de Rondônia, falecido em janeiro de 2009
 

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