Abnael Macjhado de Lima (*)
Ao prezado amigo jornalista José Carlos Sá, sobre os conteúdos dos seus artigos “ACLER DO B RACAHADA” e “O PETIT TRIANON CARIPUNA”, presto-lhe os seguintes esclarecimentos:
1º - Não existe a ACLER DO B e nem a tal “Racha”, promovida pelos acadêmicos.
A Academia de Letras existente é a Academia de Letras de Rondônia, instituída pelo idealismo de dezesseis cidadãos e a vontade politica do então governador do Estado de Rondônia, o Professor Ângelo Angelim o qual expediu o Decreto n.º 2881, datado de sete de março de 1986, constituindo um grupo de trabalho presidido pelo professor Raymundo Nonato de Castro, Secretário de Estado de Cultura, tendo como membros os cidadãos Coronel Paulo Nunes Leal, Desembargador Hélio Fonseca e o jornalista Esron Penha de Menezes, com a incumbência de realizar estudos e as devidas providencias para a criação da Academia de Letras, apoiando os intelectuais empenhados nessa realização. Unindo esforços e dedicação à causa, fundaram o silogeu, no dia dez de junho de 1986, tendo por objetivo precípuo congregar os intelectuais de todos os segmentos literários, e científicos propagando a difusão da cultura, em consonância os das demais congêneres desde os seus primórdios, a grega fundada em 387 a.c. por Platão, a francesa em 1635 por Richelieu, a brasileira em 1897, por Machado de Assis e as demais existentes.
A fundação da ACLER e sua trajetória de vinte e nove anos são independentes de qualquer derivação da outras entidades sociais culturais.
2º - o racha e o desmilinguamento da ACLER, tal situação não procede, a Academia encontra-se em sua plenitude, com seu quadro de sócios efetivos completo, também integrando-a dois acadêmicos honorários e sete correspondentes no Acre, Rio de Janeiro, Portugal, Rio Grande do Sul, Guayaramerin, Riberalta e Cobija(Bolívia). A única alteração ocorrida foi a destituição do Presidente e de sua condição de acadêmico, reduzindo-se o quantitativo de sócios de 40 para 39.
As anomalias relativas ao perfeito funcionamento da Academia decorreram da insensatez, da incoerência do Presidente que em publico destratava a entidade e aos acadêmicos.
Como prevenção à deterioração da ACLER, optamos em convocar uma assembleia geral extraordinária, na forma disposta em seu Estatuto e no Regimento Interno, para deliberar sobre a destituição do Presidente e a cassação de sua condição de acadêmico, o que ocorreu no dia 26 de agosto, havendo ele encaminhado uma carta à assembleia, datada de 24 de agosto, renunciando a presidência e condição de acadêmico.
A alcunha de caripuna calhou muito bem como esses indígenas do alto Rio Madeira, somos persistentes e decididos alcançar nossos objetivos. Eles com audácia se opuseram a invasão de seu território, obrigaram os Collins a desistirem de construírem a ferrovia Madeira-Mamoré acossando seus empregados e ferindo mortalmente o Collins diretor geral. Atacaram em 1909, a expedição da Comissão Rondon no Rio Jací-Paraná matando um dos expedicionários e feriram o médico. Quando se sentiram impossibilitados de oporem resistência aos invasores, refugiaram-se no interior da floresta, sendo dado por extinto.
Porém na década de 1950, reapareceram atacando os seringueiros do alto Rio Jaci-Paraná, persistindo em lutar pela posse de suas terras.
Também nos caripunas fundadores da Academia de Letras de Rondônia, não é qualquer revés que nos fará desistir de mantê-la funcionando desempenhando a atribuição social lhe imposta, ocupando o espaço lhe devido.
(*) Abnael Macjhado de Lima, historiador, Prof. de História da Amazônia/Universidade Federal do Pará, Prof. de Geografia Regional/Universidade Federal de Rondônia, Membro do Instituto Histórico e Geográfico/RO, Membro da Academia de Letras de Rondônia
Abnael Machado
Membro do Instituto Geográfico de Rondônia